Uma mulher (“bonitona, bem feita de corpo e cheia da nota”) tem uma grande letra “O” bordada na blusa… tem a ver com seu nome.

Qual seria seu nome? Olga, Odete, Ofélia?
Aí a mulher responde: É “Orora”….
Com essa tirada bem-humorada Gordurinha faz uma piada com as mulheres que não sabem ler, escrever ou falar direito.
Essa mulher, a “Orora” escreve gato com “j”, sauidade com “c”, fala “arioprano” e “motocicreta”.
Essa canção revela algumas coisas… primeiro, como o humor anda sumido da música brasileira. Esse traço, característicos dos sambas e marchinhas de carnaval, não tem sido visto com frequencia…
Revela, também, como determinadas pessoas podem ser verdadeiras poesias – desde que de boca fechada. Não é incomum que alguém extremamente sexy e interresante faça desaparecer todo o interesse quando abre a boca.
Assim, a pitada de humor de Gordurinha – nome artístico de Waldeck Artur de Macedo, que tinha esse apelido, na verdade, pelo fato de ser muito magro – acaba por divertir e fazer sorrir…
A letra
Eu arrumei uma dona boa lá em Cascadura
Que boa criatura mas não sabe ler
E nem tão pouco escrever
Ela é bonitona, bem feita de corpo
É cheia da nota
Mas escreve gato com “j”
E escreve saudade com “c”
Ela disse outro dia que estava doente
Sofrendo do “estambo”
Levei um tombo… Cai durinho pra trás
Isso assim já e demais
Ela fala “aribu”, “arioprano” e “motocicreta”.
Diz que adora feijoada “compreta”.
Ela é errada demais!
Viu uma letra “O” bordada na blusa
Eu disse é agora
Perguntei seu nome ela disse Orora
E sou filha do Arineu
Mas o azar é todo meu

