Garotos e Garotos II, o outro lado
“Seus olhos, e seus olhares, milhares de tentações… ”
Com essa frase, Leoni começa a sua canção de maior sucesso, “Garotos II, O outo lado”. E ele, no seu sítio digital, diz que essa é uma das perguntas que mais o perseguem…. “Por que Garotos II? Existe Garotos 1?”
Leoni mesmo esclarece: “Não existe Garotos I, mas existe Garotos, uma parceria com a Paula Toller lançada no segundo disco do Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, Educação Sentimental de 1985. Nessa canção as meninas reclamavam da falta de comprometimento sentimental dos garotos que só queriam saber de se divertir”.
A música reflete uma visão dos “garotos” como pessoas que gostam de relações efêmeras e que fogem de sentimentos, e o eu-lírico, feminino, em síntese, afirma que os tais “garotos” são todos iguais, gostas de iludir em troca de desejos superficiais, e acalenta a esperança de achar algum deles que seja diferente.
Garotos gostam de iludir
Sorriso, planos
Promessas demais
Eles escondem
O que mais querem
Que eu seja a outra
Entre outras iguais…
São sempre os mesmos sonhos
De quantidade e tamanho…
Garotos fazem tudo igual
E quase nunca chegam ao fim
Talvez você seja melhor
Que os outros
Talvez, quem sabe
Goste de mim…
São sempre os mesmos sonhos
De quantidade e tamanho…
Garotos perdem tempo pensando
Em brinquedos e proteção
Romance de estação
Desejo sem paixão
Qualquer truque
Contra a emoção…(2x)
Garotos fazem tudo igual
E quase nunca chegam ao fim
Talvez você seja melhor
Que os outros
Talvez, quem sabe
Goste de mim
São sempre os mesmos sonhos
De quantidade e tamanho…
Posteriormente, já em carreira solo, Leoni compôs o outro lado, a resposta dos “garotos”. Ele explica:
“Garotos II – O Outro Lado” – esse é o nome completo da composição – foi escrita só por mim como uma resposta masculina às reclamações de suas parceiras: somos assim porque não sabemos jogar o jogo amoroso tão bem quanto vocês. Perto de uma mulher, nós homens somos apenas garotos indefesos que não sabem dizer “não” nem entendem direito as regras desse jogo”.
Trata-se, portanto, de um canto paralelo, uma resposta, uma confissão, que termina na verdade estabelecendo uma relação de inferioridade do homem no jogo amoroso. Um homem, perto de uma mulher, vira um garoto, com todas as características que a imaturidade da expressão sugere: inseguro, indeciso, incapaz de resistir à mulher, como se seduzidos por uma sereia que ancanta cada um desses garotos.
Seus olhos e seus olhares
Milhares de tentações
Meninas são tão mulheres
Seus truques e confusões
Se espalham pelos pelos
Boca e cabelo
Peitos e poses e apelos
Me agarram pelas pernas
Certas mulheres como você
Me levam sempre onde querem
Garotos não resistem
Aos seus mistérios
Garotos nunca dizem não
Garotos como eu
Sempre tão espertos
Perto de uma mulher
São só garotos
Seus dentes e seus sorrisos
Mastigam meu corpo e juízo
Devoram os meus sentidos
Eu já não me importo comigo
Então são mãos e braços
Beijos e abraços
Pele, barriga e seus laços
São armadilhas
E eu não sei o que faço
Aqui de palhaço
Seguindo seus passos
http://www.leoni.art.br/post.php?titulo=pqmp-perguntas-que-me-perseguem