No ano de 1970, Tom Jobim já era um compositor consagrado. Principal compositor da bossa-nova, já tinha feito sucesso nos Estados Unidos, gravado com Frank Sinatra, enfim, já se ensaiava a unanimidade que mais tarde só veio se consolidar.

Sérgio Cabral, na biografia que escreveu sobre Tom Jobim, (Lazuli Editora: Companhia Editora Nacional, 2008), faz referência a uma entrevista dada por Tom ao jornalista Sérgio Bittencourt, para o Jornal O Globo, pedindo ao artista uma lista com 10 (dez) músicas que mereceriam nota 10.
Essa lista é importante, pois faz um retrato não só de Tom para o passado, mas também para o futuro. Repare que são 10 músicas nacionais, passando de Custódio Mesquita, passando por Pixinguinha, Ary Barroso e Dorival Caymmi, culminando em Chico Buarque e Caetano Veloso, que, em 1970, não eram os artistas consagrados que são hoje.

Eis a lista, conforme a narrativa de Sérgio Cabral:
1) CARINHOSO, de Pixinguinha e João de Barro (Jobim contou a história dos americanos pedindo a partitura – essa eu conto em outra postagem)
2) NA BAIXA DO SAPATEIRO, de Ary Barroso;
3) SAIA DO MEU CAMINHO, de Custódio Mesquita e Evaldo Rui;
4) MULHER, de Custódio Mesquita e Saidi Cabral;
5) SONHEI QUE ESTAVAS TÃO LINDA, de Francisco Matoso e Lamartine Babo;
6) FEITIO DE ORAÇÃO, de Vadico e Noel Rosa;
7) ATÉ PENSEI, de Chico Buarque;
8) PRA DIZER ADEUS, de Edu Lobo e Torquato Neto;
9) CORAÇÃO VAGABUNDO, de Caetano Veloso;
10) ACALANTO, de Dorival Caymmi (Dizendo “acho Caymmi um gênio”)
Obviamente, Tom não incluiu nenhuma música de sua autoria, algumas delas sucessos internacionais, que entraram para as músicas mais importantes do século, como Chega de Saudade, Garota de Ipanema ou Desafinado, só para citar três clássicas.
Uma lista de respeito de artistas que influenciaram Jobim, e alguns que ele influenciou..