Chão de Giz

Há muitas análise e especulações sobre como foi composta a composição “Chão de Giz”, que integra o primeiro álbum de Zé Ramalho (1978). A canção, imagética e cheia de metáforas, revela um relacionamentos que o artista teve, muito jovem, com uma mulher mais velha, casada, que fazia parte da chamada “alta sociedade” de João Pessoa.

Em entrevistas, Zé Ramalho apenas revela esta condição, sem contar detalhes sobre a história que viveu. O que resta são as inúmeras análises que se faz da letra da canção.

Zé Ramalho no música de segunda e Táxi Boy | Imaginação Fértil

Na letra, o eu-lírico se despede de uma relação, que possivelmente ocorreu ou atravessou um carnaval. Inegavelmente, revela uma frustração por uma relação não correspondida

Há relatos, que constavam no próprio site do artista que ele se apaixonou por esta mulher, casada com uma pessoa influente da sociedade, e que não estaria disposta a abandonar sua posição por aquela relação adolescente.

Diz-se, também, que Zé Ramalho ficou arrasado por meses, e chegou a mudar de bairro, pois morava próximo a ela. E, nesse período de sofrimento, compôs a canção.

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Zé Ramalho, recentemente, numa entrevista, disse que em nenhuma música dele contém a frase “eu te amo”. esta frase é dita por outros caminhos. E ele, nesta canção, relata a experiência do desamor, ou melhor, do amor que se desfez.

E assim ele relata, no chão de giz, efêmero, frágil, dissipável, no qual as lembranças e devaneios daquela relação que se finda o torturam…

E as imagens daquela mulher, recortadas em folhas de jornais, seriam guardadas “no pano de guardar confetes’, ou seja, ficarão nas memórias e nos restos daquele carnaval.

E por mais que ele tente lutar, usando toadas as suas armas (“balas de canhão”), existe o Grão-Vizir, o marido. Mais do que a referência à posição, há uma referência à vilania, associada certamente a Kara Mustafá, um famoso grão-vizir otomano que é associado á ganância e à vilania. O Grão Vizir é o antagonista, e, em certa medida, o vencedor deste jogo de amor

E, numa manifestação de um certo despeito, ele diz ser o colibri que pode polinizar outras violetas velhas, assim como ela, e, diante da impotência, faz referência à loucura (camisa de força) e aos desejo (camisa de vênus) reunidas numa mesma pessoa.

E ele se resigna, pois não quer com ela apenas o cigarro efêmero do pós- sexo, nem o beijo passageiro. E por isso, nocauteado, vai embora, pois não quer, como um escravo, ficar acorrentado no calcanhar da pessoa, como uma forma de subordinação.

E na juventude dele, ele relata algo um tanto edipiano neste amor pela mulher mais velha (“Freud Explica”), e que a história acabou, o carnaval dele com ela acabou, e ele está indo embora.

Resta claro que a despedida, diante do contexto, é a única opção.

Significado da música Chão de Giz - Análise e Interpretação - Cultura Genial

http://museudacancao.blogspot.com/2012/11/chao-de-giz.html

http://www.cronistas.com.br/default.asp?ID_CRONICA=141

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