“Por una cabeza”… o Tango de Gardel eternizado numa dança no filme “Perfume de Mulher”

“Por una cabeza” é um tango popular composto por Carlos Gardel (música) e Alfredo Le Pera (letra) na cidade de Nova York em 1935.

A versão original foi gravada por Carlos Gardel em 19 de março de 1935 com master número BVE 89227-2 para seu último filme Tango bar. Gardel era um especialista em temas equestres, o que torna esta canção de especial valor entre seus seguidores.

É um dos tangos clássicos de Carlos Gardel. Suas letras remetem às corridas de cavalos e ao fanatismo que se cria em torno dessas competições e suas apostas, além de um paralelo com as relações com as mulheres e com a vida. A expressão “por uma cabeça” é uma expressão usada no jargão equestre do Río de la Plata, onde se diz que os cavalos que vencem corridas por uma pequena margem vencem por uma cabeça, usada como medida de referência.

Mas eta postagem não é para falar apenas da canção… mas sim como ela foi eternizada no cinema. Certamente uma das cenas mais icônicas foi protagonizada por Al Pacino e Gabrielle Anwar, no Filme “Perfume de Mulher”, em 1993.

No filme, Charlie, interpretado por Chris O’Donnel, é um estudante que, para custear sua viagem de fim de ano com a família, vai cuidar de um ex-coronel do exército cego, Frank Slade (interpretado por Al Pacino) no feriado de Ação de Graças.  Durante a viagem, Frank revela ao jovem Charlie seus planos: visitar sua família, comer em bons restaurantes, dormir com uma bela mulher e, depois de tudo, cometer suicídio. O filme acompanha os dois durante o fim de semana, quando situações emocionantes os ensinam sobre os relacionamentos e significados da vida.

Esse filme deu o Oscar de Melhor Ator a Al Pacino.

Num determinado momento do filme, Frank Slade, mesmo sendo cego, convida uma bela jovem chamada Donna (Gabrielle Anwar) para dançar um tango. Assim, ao som pungente de Por una cabeza, Frank e Donna dançam um tango que faz jus a uma ads frases mais conhecidas do filme: “”vive-se uma eternidade num instante”. A cena ficou marcada como uma das mais emocionantes cenas de dança de todos os tempos. 

Uma cena mágica e eterna…

E, voltando à canção, ela acompanha a analogia da corrida com a aposta pelo amor de uma mulher em quem confia, por quem se entusiasma mas que lhe parte o coração. Ambos com o jogo de imagens entre o hipismo e o amor sensual, as letras aludem à certeza de que em ambas as apostas, sempre perderá.

Letras

Por una cabeza, de un noble potrillo
Que justo en la raya, afloja al llegar
Y que al regresar, parece decir
No olvides, hermano
Vos sabes, no hay que jugar

Por una cabeza, metejón de un día
De aquella coqueta y risueña mujer
Que al jurar sonriendo el amor que está mintiendo
Quema en una hoguera
Todo mi querer

Por una cabeza, todas las locuras
Su boca que besa
Borra la tristeza
Calma la amargura

Por una cabeza
Si ella me olvida
Qué importa perderme
Mil veces la vida
Para qué vivir

Cuántos desengaños, por una cabeza
Yo juré mil veces no vuelvo a insistir
Pero si un mirar me hiere al pasar
Su boca de fuego
Otra vez quiero besar

Basta de carreras, se acabo la timba
Un final reñido ya no vuelvo a ver
Pero si algún pingo llega a ser fija el domingo
Yo me juego entero
Qué le voy a hacer

Por una cabeza, todas las locuras
Su boca que besa
Borra la tristeza
Calma la amargura

Por una cabeza
Si ella me olvida
Qué importa perderme
Mil veces la vida
Para qué vivir

Fontes: https://www.radionacional.com.ar/por-una-cabeza-el-tango-que-esconde-la-angustia-de-elegir-2/

https://www.minutoar.com.ar/entretenimiento/2021/10/12/por-una-cabeza-la-verdadera-historia-del-mas-famoso-tango-de-carlos-gardel-35424.html

Todas as canções de Amor – o filme

Era um dia de semana qualquer em Brasília. O meu compromisso de trabalho se encerrara pouco depois das 14 horas. Havia um voo às 19 horas e pouca coisa  afazer naquele momento. Fui ao cinema e uma das poucas opções disponíveis no horário era o filme “Todas as canções de amor”, de Joana Mariani, estrelado por Bruno Gagliasso, Marina Ruy Barbosa, Luiza Mariani e Julio Andrade.

Num primeiro momento, pensei que seria um daqueles filmes óbvios, mas não. Há uma história por detrás dele. Um casal recém casado aluga um apartamento em São Paulo. Entre as coisas antigas ali encontradas, um som 3 em 1, daqueles antigos, com vitrola, rádio e cassete. Dentro do aparelho há uma fita, com o título “Todas as canções de amor”, gravadas por Clarice para Daniel

E a história acaba voltando 20 anos no tempo, em que Clarice grava uma fita para Daniel, num momento de separação. E a história passa pelo questionamento: Como uma coletânea de músicas de separação pode ser intitulada como “todas as canções de amor?”

E toda a trajetória é contada por canções: dois casais, de um casal se unindo, e outro se separando, vivendo no mesmo espaço, separados por 20 anos no tempo, unidos pelo mesmo apartamento e pelas mesmas canções.

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O filme se passa quase todo ele dentro do apartamento, e as músicas conduzem a dinâmica de aproximações e afastamentos que conduzem a trama.

Tendo a participação especial de Gilberto Gil, o filme conta duas histórias, e faz justamente recordar como toda história de amor é marcada por uma trilha sonora. E a história é contada por músicas que fizeram história no fim do século passado, passando pela delicada “Drão”, de Gil, até “Não aprendi dizer adeus” , de Leandro e Leonardo.

Sob  a direção musical de Maria Gadu, a seleção de músicas conta as duas histórias  conduzidas pela trilha sonora, que no final das contas, é a grande protagonista da história. No curso do fime, é possível ouvir: 1 – Baby; 2 – Samba do grande amor; 3 – Eu sei que vou te amar; 4 – Menino Bonito; 5 – Eu não sei dançar; 6 – Não aprendi dizer adeus; 7 – ne me quitte pas; 8 – I will survive; 9 – Esotérico; 10 – Drão; 11 – Codinome Beija Flor 13 – Chorando se foi.